A precisão, beleza e detalhe no trabalho de papel de Jum, demonstram a ideia de perfeição como efêmera.Um projeto feito para o São Paulo Fashion Week, para a coleção de verão de 2005. Foi um trabalho extremamente elaborado. Que levou 700 horas e quase uma tonelada de papel. E aquilo tudo durou 7 minutos e, no final, foi tudo rasgado na passarela. Papel vegetal com diversos recursos tornou o desfile sublime, fantástico, feito em gravações de baixo e alto relevo, rendas e cortes manuais, origamis e cortes a laser. Seu único objetivo foi fazer tais peças maravilhosas de papel para criar um forte desejo de "possuir" nas pessoas, e depois, quando as roupas fossem rasgadas, elas sentissem extrema perda, vazio.
"A ideia do projeto era mostrar que não importa do que é feito. As pessoas olham e acham que tudo tem que ser feito em alta definição, tudo tem que ser feito em ouro, tudo tem que ser feito em latão, sei lá, em seda, não importa. Não importa como é feito e por que é feito. Tem que mostrar para as pessoas que muitas vezes seus valores necessitam ser revistos, que a materialidade pouco importa. O que importa é o que a materialidade traz por detrás dela. Tanto é que a gente destrói tudo para mostrar que existe algo muito mais importante, algo muito mais permanente do que aquilo que as pessoas olham e valorizam à primeira vista." - diz Nakao.
